Para ouvir ao som de:
Queria poder dizer que não penso em você.
Nunca.
Queria poder bater no peito e dizer “Eu e QUEM? Não me lembro.” Que nem aquela música da Luka, sabe? “Já nem lembro teu nome, teu telefone, eu fiz questão de apagar…”
É quase uma verdade. Uma verdade que amarga num certo orgulho, realmente. Orgulho que eu sempre acreditei que não tinha…
Na maior parte do tempo, meu pensamento se volta para o que tenho à fazer, à realizar, aprender, experimentar.
Quem vou conhecer amanhã, dentre as 6 bilhões de pessoas no mundo?
Queria poder programar meu pensamento 100% na possibilidade do novo.
Mas o que quero não se materializa quando eu vejo alguém que parece você, anda como você, sorri como você.
Mas não é você.
Me dá suporte, mas não tanto quanto você. Não entende tão bem o que penso e quero tanto quanto você. Você, que me enxerga em milhares de versões diferentes, mas capta minha essência mesmo assim.
E ficava, porque eu era o mesmo pra você.
Porque eu tava lá, quando tudo mais parecia maluco. Era teu porto seguro, teu pontal. Um farol. Pra segurar a tua mão, te abraçar apertado e dizer no teu ouvido: “Tá tudo bem. Vai ficar tudo bem.”
E eu mais uma vez descubro que eu amo, sim. Lembro que você veio, abalando todas as convenções, tudo o que eu pensava que sabia.. e me mostrou que eu podia amar e ser amada.
Que é amor, afinal de contas.
Mas, então, afinal, além disso.. o que fazer? Não preciso mais pensar pra saber: Não adianta brigar com o tempo, com o passado, com o destino ou o que quer que seja.
Tal qual uma epopéia grega, ainda esperamos pelo desfecho – nós, filhos de Ares, estamos de mãos atadas.
Agora quem manda é Chronos. Só nos resta deixar fluir.