Eu | Você.

Acho que a gente vai acabar.

Blau!

Saca? E não vai ser aquele finzinho, mais ou menos, meio morno, que a gente às vezes vê na tevê. Vai ser fim decisivo, enormes hiatos, inteiros, como de um filme ruim pra sua continuação. Novela mexicana é pouco.
Quer dizer, a gente entende tudo isso. Somos seres moralmente ~avançados~~, sabemos que isso acontece mesmo, e tá tudo bem.
Mas.. você queria? Porque você sabe que eu não. Porque eu sei que quando quero dar cabo de alguma coisa, não tem volta. Por mais que eu ame, o tamanho da parede emocional que construo é inversamente proporcional ao fundo do poço que eu vou por amor à alguém. Paixão é pouco.
Estamos (olha só!) crescendo. Cada dia é um novo passo, uma nova conquista nessa fase decisiva da vida. E já faz algum tempo que estamos sempre lá, cara a cara, ombro a ombro, nas decisões, choros, alegrias e tropeços um do outro. Mais que namorados, muitas vezes. Gargalhadas histéricas, intimidade intensa, conquistada na primeira olhada, por mais que pareça, aos outros, que tenha sido na porrada (talvez, também).
Talvez, pensando bem, a resistência seja por querer manter o conforto. A verdade é que já não me sinto à vontade, por mais que eu queira. A casa não é mais minha, os risos cessaram, a intimidade secou. Talvez, pelas loucuras do tempo, pelo passar das horas, pela falta da rotina – que, te afirmo: quem diria?, poderia nos salvar do precipício. 

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